terça-feira, 21 de setembro de 2010

O mundo das Torcidas Organizadas

Desde que nasci sou Palmeirense, algo que “herdei” dos meus pais. Não foi nada imposto por eles, apenas cresci vendo os jogos do Palmeiras e comecei a gostar... E muito. Quando eu era pequena ia a poucos jogos, meu pai tinha medo da violência que muitas vezes acontece nos estádios de futebol. Mas, a partir de 2008, quando fiz 18 anos, comecei a ir mais às partidas.

Ir a um jogo de futebol é muito mais emocionante do que simplesmente ver pela televisão, e quem faz isso ser possível –também- são as torcidas organizadas de futebol. Eu sempre gostei muito do modo delas torcerem e então resolvi entrar para a T.U.P (Torcida Uniformizada do Palmeiras). Fiz essa escolha por já possuir uma simpatia e porque meu pai sempre visitava a loja perto do estádio Palestra Itália, mesmo não sendo associado. Eu tinha, sim, um pouco de receio das organizadas por causa da opinião formada pela mídia, porém aos poucos fui conhecendo melhor, fazendo amigos e descobrindo mais sobre esse universo das torcidas.

Palmeiras 0 x 2 São Paulo: o "Choque-Rei"

Cheguei na sede da torcida às 13:30, e todos os integrantes já estavam preparados para partir para o jogo que aconteceria ás 16 horas no Pacaembu. Como já sou de torcida procurei ir nesse jogo com um outro olhar.

Todos os integrantes caminharam até o Pacaembú, que fica a 20 minutos da sede e, junto, um ônibus da T.U.P levava os materiais da torcida (faixas, bixigas, bandeirão, bateria). A Avenida Pacaembú parou, pois os carros só circulavam de um lado da faixa e as outras se destinaram a escolta da polícia e aos torcedores. Nesse dia a T.U.P iria estreiar um bandeirão novo e os integrantes do patrimônio (cuidam das faixas e da subida do bandeirão) estavam anciosos pois nada podia dar errado, já que a estréia seria com um dos maiores rivais.

Chegando ao estádio, os integrantes que cuidam do Patrimônio foram a um local destinado a eles para poder abrir a faixa e a bandeira e assim ser confiscado pela polícia para averiguar se não havia nada ilicito, arma ou algo que pudesse atingir alguém no jogo. Depois da revista, tanto do material quanto de cada integrante, o próximo passo era estender a faixa com o nome da torcida no local já estabelecido (cada torcida possui um território já demarcado.

Bandeirão da T.U.P chegando ao estádio

Em todas as partidas, na entrada dos jogadores, a torcida grita o nome de cada titular e o nome do técnico. Após o hino nacional, todos se abraçam e cantam o hino do time. Dado o apito inicial, começam os gritos das torcidas, a Mancha Verde- maior organizada do Palmeiras- de um lado e a T.U.P -torcida mais antiga do Palmeiras- de outro. As duas cantam gritos totalmente distintos, já que algumas músicas exaltam o nome da torcida, porém, existem músicas que são cantadas por ambas. O "coração" de uma torcida organizada é a bateria e a partir dela os integrantes espalham-se pela arquibanda. É na bateria que são puxados os gritos de incentivo ao time.

Bandeirão da T.U.P


O que é interessante destacar é que enquanto um "torcedor comum" assiste o jogo todo sentado, o torcedor da organizada possui uma atitude oposta: assiste sempre de pé, cantando e pulando os 90 minutos.

Um membro de Organizada é o trabalhor, a estudante, a dona de casa, o malandro, o advogado. A condição de torcedor e, mais ainda, a de pertencer a uma torcida, é para aqueles que amam seus times de futebol e querem apoiar de algum modo. A torcida é um grupo, ou melhor, tribo complexa, mas que reune pessoas com um mesmo objetivo e gostos.

Recomendo um blog de dois fotografos que acompanham as torcidas dos times de futebol o Foto Torcida. No blog Olhar sobre o mundo, os fótografos do jornal Estadão acompanharam a torcida do Corinthians em comemoração ao centenário do time.
No post do blog Aifoine há um texto falando sobre a violência nas torcidas organizadas.

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