quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entrevista

Hoje posto uma entrevista com o professor André Arruda pesquisador em sociologia sobre Tribos Urbanas

Nas Tribos: O que é tribo? Como elas se estruturam?

André Arruda: Na verdade, para falar de tribos urbanas é mais fácil definir o que tribo urbana não é: não é um conceito nem uma categoria acadêmica. Pode ser uma metáfora utilizada pelo senso comum que ajuda a ter noção de conjuntos de fenômenos e relações nas grandes metrópoles constituídos por grupos de jovens entre 13 a 30 anos de idade envolvidos em atividades e praticas cotidianas com as quais se identificam. O termo tribo é usado pelos meios de comunicação para facilitar a identificação desses grupos. Isso acaba prejudicando a compreensão do termo que pode ser visto como preconceituoso e estereotipado como violento e radical.

Nas Tribos: O homem tem a necessidade de viver em grupo. Como isso ocorre?

André Arruda: Os seres-humanos não vivem isolados. Na convivência cotidiana é natural que o homem vá buscando vínculos e níveis diferenciados de interação. Assim vai se construindo e descobrindo características de identificação. Cada indivíduo é feito por várias associações de gostos e afinidades, acontece uma bricolagem de elementos que definem o sujeito. É reconfortante saber que você pertece a um grupo, que não está sozinho no mundo.

Nas Tribos: Sobre as Torcidas Organizadas, por que existe tanta rivalidade dentro de uma mesma torcida?

André Arruda: A mesma coisa que os une, os separa, apesar de todos terem a mesma paixão por um time, por exemplo, o Palmeiras. A maneira como vão demonstrar essa paixão e como esse grupo de torcedores vai ser conduzido, vai ser diferente porque a disputa pelo poder está muito presente. O objetivo coletivo poder ser o mesmo -torcer pelo Palmeiras- porém as ambições pessoais de cada membro influenciam na postura do conjunto. Existe uma disputa para saber qual torcida é a mais legitima, a mais exclusiva. O que se busca é um status social mais elevado, a pessoa se sente mais valorizada.

Nas Tribos: Como lidar com o preconceito que as tribos sofrem?

André Arruda: Isso acontece porque ao pensar em tribos nós já temos uma imagem pré- concebida de algo ruim. A maioria das pessoas busca se comportar de maneira “normal” e se adequar as diversas situações do cotidiano. Tudo aquilo que se destaca, que se apresenta de maneira diferenciada da maioria, vai sofrer um olhar estigmatizante, de surpresa, espanto e às vezes de repulsa. Mas depende do ambiente e de como as pessoas irão identificar a atitude de determinado grupo. As pessoas acabam se acostumando com o diferente depois de um tempo de convivência.

crédito da foto: oglobo.globo.com

terça-feira, 28 de setembro de 2010

As Janeites

Ela nasceu em uma família de classe média, tinha oito irmãos, estudou, principalmente, em casa, junto com sua melhor amiga, a irmã mais velha Cassandra. Seu pai possuía uma enorme biblioteca onde a menina descobriu o amor pelas palavras e começou a escrever os primeiros textos aos 12 anos. Teve alguns namoros, como uma jovem normal, mas o casamento não era um objetivo em sua vida, chegando até a recusar uma proposta. Contrariando as expectativas dos pais e da sociedade, resolveu que seria escritora e publicou o primeiro, de seis livros, aos 36 anos. A carreira, que começava a alavancar, foi interrompida por causa de uma doença não identificada pelos médicos. A escritora morreu aos 42 anos, teve uma história moderna, mas tudo se passou na Inglaterra do longínquo final do século XVIII.
Jane Austen é o nome da escritora. Viveu em uma época em que o casamento era a única alternativa de futuro para qualquer menina, mas Jane queria mais. Resolveu que escreveria sobre sua sociedade, com uma ironia fina que beira o humor simples; em cima das discretas criticas, criou histórias de amor que conquistaram gerações e agregaram fãs, as Janeites.
É uma tribo formada, na maioria, por mulheres. Podem estar em grupos discutindo a obra austeniana, ou quietinhas, lendo um livro no conforto do lar. Além das leituras, outro divertimento é procurar as muitas adaptações dessas obras. A favorita entre elas é, aparentemente, a série produzida pela BBC em 1995, Orgulho e Preconceito, com Colin Firth no papel do galã Mr. Darcy que conquistou as telespectadoras.
As Janeites começaram despercebidas, mas graças a mobilização e divulgação, facilitadas com o uso da internet, elas aprenderam a se conhecer melhor, chamaram a atenção de empresas e editoras e, aos poucos, vêem produtos relacionados a sua escritora favorita aparecerem em terras brasileiras.

Anne Hathaway interpretando Jane Austen no filme Amor e Inocência (Becoming Jane)


No player abaixo, você pode escutar uma minibiografia de Jane Austen e algumas entrevistas feitas com apreciadores da obra dela:
Algumas fãs se uniram e montaram a Jane Austen Sociedade do Brasil (JASBRA). Elas marcam, com frequência, encontros e debates.
Para aprofundar-se na história da escritora é recomendado o blog Jane Austen em Português, um espaço com ótimas postagens com detalhes da obra austeniana e sugestões das melhores edições a serem compradas.

sábado, 25 de setembro de 2010

Por isso não provoque, não é cor só de rosa choque!

Eu confesso que estava sem uma tribo urbana, não por vontade ou desleixo, mas porque a tribo que entrevistaria me deixou sem palavras (literalmente!). Então, para esparecer e esquecer as dificuldades de ser um estudante de jornalismo, fui ao shopping, e é nesse território moderno que encontramos grupos ou pessoas distintas. Sentado, meio cabisbaixo, ouvi uma conversa que, inicialmente, nada me dizia respeito. Porém ela, ou melhor, elas se transformaram numa oportunidade de eu sair da tribo dos sem pautas.
Elas não são necessariamente novas, não falo da idade, e sim da existência como tribo . Fizeram sucesso na década de 90. Foram tema de filmes. São vistas como fúteis e seu traço mais marcante continua sendo sua cor, o cor-de-rosa. Eis as donas dos palcos, ou melhor, dos saltos: as patricinhas.
Mônica me tratou super bem, me deu três beijinhos, falou algumas gírias e logo me apresentou a sua inseparável amiga (perdoem o clichê), a Luciana, ou simplesmente, Lú. Estudaram juntas, viajaram juntas e, embora cada uma com seus 18 anos, elas têm muitas histórias pra contar. Entretanto, elas tem mais que fofocas para trocar. Mô e Lú falaram que as patricinhas de hoje não são como antes, que só falavam de moda ou coisa de “mulherzinha”, a tribo também fala e entende de futebol e discutem em quais políticos irão votar e o porquê.
“Creio que ainda nos veem como simples garotas ricas que só desfilam. Eu gosto de me vestir, mas não sou só isso, uma pelúcia rosa como já me chamaram. Ao contrário, se você reparar ninguém se veste só de uma cor, isso hoje já é algo estereotipado", afirma Luciana. E, de fato, reparando nelas não notei nenhuma falta de assunto e nenhuma característica tão exagerada como retratava o famoso filme “As patricinhas de Beverly Hills”. O que há em comum a todas as patricinhas, de todas as gerações, é o fato de andarem sempre bem vestidas (em geral com roupas de marca), ter um rosto maquiado, um cabelo bem cuidado, enfim, de se preocupar com a aparência. Agora, é preconceito acharmos que são meramente uma escova, um salto e um batom.
Mônica me falou que não tem medo de a acharem fútil ou, como hoje associam, uma periguete (termo usado, principalmente, no meio funk para nominar garotas que não prestam), pois sabe que quem a critica não a conhece pessoalmente e que ela é verdadeira consigo. “Não fico por aí feia ou desarrumada para acharem que sou uma boa pessoa ou inteligente. Sou isso, perfumada e que sabe valorizar coisas além de roupas”. Eu ri do perfumada, mas não neguei sua verdade. Luciana Albertoin estuda publicidade e propaganda e Mônica Marcatto faz curso pré vestibular para arquitetura. Fazem academia, mas também dedicam tempo ao curso de massoterapia e gastronomia, respectivamente. Estudam inglês, "Isso é básico como roupa preta", brinca Mônica, e descobri que Luciana é apaixonada por cinema nacional, em especial do filme "Bejnamim", inspirado na livro homônimo de Chico Buarque. E por falar em música declaram: "Nada de Penélope Charmosa, gostamos mesmo é da Beyonce..."
Meus caros, falar com Mô e Lú não me rendeu tratados de filosofias, nem me aborreceu com demasiada frivolidade. Foi um papo bom que em alguns momentos me fez também desmitificar aquela ideia conhecida, fruto de quando julgamos os outros pelo que vemos externamente. Ter um pré conceito (daí a palavra), antes de conhecermos alguém é limitador e cruel. Essa tribo de duas me fez notoriamente voltar para o conforto do meu lar não só mais perfumado, como também feliz por ter um texto para apresentar. Um texto que só foi possível graças a generosidade que poucos sabem que uma patricinha pode ter. No melhor sentido da palavra: Obrigado!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quem são os Skinheads?


Se formos traduzir ao pé da letra, eles são considerados os “cabeça-pelada”, mas muitos skinheads não seguem esse estereótipo e comportam-se de um estilo diferente do que a mídia apresenta.
Os skinheads surgiram no Reino Unido, nos idos dos anos 60. Formado por brancos e negros, o estilo, considerado uma subcultura juvenil, é marcado por seu aspecto musical, como também pelo estético e comportamental.
Na década de 1960, a cultura ganhou repercussão por promover confrontos em estádios de futebol. Essas manifestações eram contra torcidas rivais, denominadas como hooliganismo, além de apatia aos paquistaneses e asiáticos, os skins desse período eram contra os grupos neonazistas e não admitiam racismo contra negros, pois muitos deles eram descendentes africanos.
No final da década de 1970, surgiu a “segunda geração” de skinheads. Esse movimento adquiriu influências do punk ao “espírito de 69”. Mas foi nos anos 80 que a cultura skinhead sofreu grandes mudanças, sendo fragmentada em outros submovimentos. Nesse período, através da infiltração da política dentro da cultura skin, integrantes do movimento passaram a promover o racismo contra negros, a xenofobia, a homofobia e a cultivar as ideologias neonazistas.
Atualmente, há skinheads dos mais variados estilos. Muitos curtem a vida sem manifestar preconceito, enquanto outros demonstram depúdio àqueles que diferem de alguma forma.
Nos dias de hoje, é comum os meios de comunicação e muitas pessoas associarem a palavra skinhead às agressões fascistas e grupos neonazistas, mas vale ressaltar que tradicionalmente os verdadeiros skins têm estado sempre à margem dessas atitudes condenáveis de agressões contra o próximo. Portanto, ao ouvir a expressão skinhead ou ao ver um simpatizante dessa cultura, não é bom rotulá-lo como a mídia faz, primeiramente devemos saber se aquele skin pertence à cultura originária na década de 60 ou aos grupos nascidos na fragmentação do movimento na década de 80.

NA MÍDIA:

imagem google
Vocês se recordam de Paula Oliveira, a brasileira que morava na Suíça e supostamente havia perdido os bebês gêmeos por feridas com estilete em seu corpo? A advogada admitiu ter forjado uma suposta agressão por skinheads.


Releia o caso (clique aqui)




Outros casos:
Jovem punk é arrastado de carro por skinheads em SP
(Fonte: O Globo, 15/01/2010)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O mundo das Torcidas Organizadas

Desde que nasci sou Palmeirense, algo que “herdei” dos meus pais. Não foi nada imposto por eles, apenas cresci vendo os jogos do Palmeiras e comecei a gostar... E muito. Quando eu era pequena ia a poucos jogos, meu pai tinha medo da violência que muitas vezes acontece nos estádios de futebol. Mas, a partir de 2008, quando fiz 18 anos, comecei a ir mais às partidas.

Ir a um jogo de futebol é muito mais emocionante do que simplesmente ver pela televisão, e quem faz isso ser possível –também- são as torcidas organizadas de futebol. Eu sempre gostei muito do modo delas torcerem e então resolvi entrar para a T.U.P (Torcida Uniformizada do Palmeiras). Fiz essa escolha por já possuir uma simpatia e porque meu pai sempre visitava a loja perto do estádio Palestra Itália, mesmo não sendo associado. Eu tinha, sim, um pouco de receio das organizadas por causa da opinião formada pela mídia, porém aos poucos fui conhecendo melhor, fazendo amigos e descobrindo mais sobre esse universo das torcidas.

Palmeiras 0 x 2 São Paulo: o "Choque-Rei"

Cheguei na sede da torcida às 13:30, e todos os integrantes já estavam preparados para partir para o jogo que aconteceria ás 16 horas no Pacaembu. Como já sou de torcida procurei ir nesse jogo com um outro olhar.

Todos os integrantes caminharam até o Pacaembú, que fica a 20 minutos da sede e, junto, um ônibus da T.U.P levava os materiais da torcida (faixas, bixigas, bandeirão, bateria). A Avenida Pacaembú parou, pois os carros só circulavam de um lado da faixa e as outras se destinaram a escolta da polícia e aos torcedores. Nesse dia a T.U.P iria estreiar um bandeirão novo e os integrantes do patrimônio (cuidam das faixas e da subida do bandeirão) estavam anciosos pois nada podia dar errado, já que a estréia seria com um dos maiores rivais.

Chegando ao estádio, os integrantes que cuidam do Patrimônio foram a um local destinado a eles para poder abrir a faixa e a bandeira e assim ser confiscado pela polícia para averiguar se não havia nada ilicito, arma ou algo que pudesse atingir alguém no jogo. Depois da revista, tanto do material quanto de cada integrante, o próximo passo era estender a faixa com o nome da torcida no local já estabelecido (cada torcida possui um território já demarcado.

Bandeirão da T.U.P chegando ao estádio

Em todas as partidas, na entrada dos jogadores, a torcida grita o nome de cada titular e o nome do técnico. Após o hino nacional, todos se abraçam e cantam o hino do time. Dado o apito inicial, começam os gritos das torcidas, a Mancha Verde- maior organizada do Palmeiras- de um lado e a T.U.P -torcida mais antiga do Palmeiras- de outro. As duas cantam gritos totalmente distintos, já que algumas músicas exaltam o nome da torcida, porém, existem músicas que são cantadas por ambas. O "coração" de uma torcida organizada é a bateria e a partir dela os integrantes espalham-se pela arquibanda. É na bateria que são puxados os gritos de incentivo ao time.

Bandeirão da T.U.P


O que é interessante destacar é que enquanto um "torcedor comum" assiste o jogo todo sentado, o torcedor da organizada possui uma atitude oposta: assiste sempre de pé, cantando e pulando os 90 minutos.

Um membro de Organizada é o trabalhor, a estudante, a dona de casa, o malandro, o advogado. A condição de torcedor e, mais ainda, a de pertencer a uma torcida, é para aqueles que amam seus times de futebol e querem apoiar de algum modo. A torcida é um grupo, ou melhor, tribo complexa, mas que reune pessoas com um mesmo objetivo e gostos.

Recomendo um blog de dois fotografos que acompanham as torcidas dos times de futebol o Foto Torcida. No blog Olhar sobre o mundo, os fótografos do jornal Estadão acompanharam a torcida do Corinthians em comemoração ao centenário do time.
No post do blog Aifoine há um texto falando sobre a violência nas torcidas organizadas.

sábado, 18 de setembro de 2010

Para entender melhor...


O ser-humano tem a necessidade vital de se agrupar, é uma questão de proteção e sobrevivência. Com base no livro O Tempo das Tribos, de Michel Maffesoli, passo alguns dos conceitos sobre como e por que nascem as tribos.
Imagine-se no primeiro dia de aula na faculdade, quarenta a cinqüenta pessoas que você nunca viu e que daquele dia em diante vão fazer parte da sua vida por quatro anos. A primeira coisa que você faz é analisar todos a sua volta reparando nas roupas, mochilas, aí você se pergunta onde eu me encaixo? O que eu faço? Se você não sabe tudo bem, porque naturalmente você vai ser levado pela maioria e ela vai te mostrar como agir. È instintivo “fazer como os outros” em situações novas e adversas. Então fique tranqüilo, tudo vai se ajeitar naturalmente sem você fazer qualquer esforço.
O que acontece então é que querendo ou não formam-se diferentes grupos unidos por algo em comum, para Maffesoli isso deve se entender como laço( familiar, de amizade etc.) que na idade media era encarado como “obrigação”, a ajuda ao próximo era um dever e uma demonstração de honra. Isso gera exclusividade as pessoas daquele grupo que vai desconfiar o que não lhe é conhecido. Assim existe um mecanismo de “atração-repulsa” onde as pessoas escolhem fazer parte do grupo A e não fazer parte do grupo B e da identidade única aos membros.
Porém as tribos não são fixas, uma pessoa pode pertencer a vários grupos simultaneamente pois ela própria é um misto de hábitos e culturas. Então posso fazer parte dos grupos A B e C hoje e amanhã apenas de B e C por exemplo. E é justamente esse movimento infinito de indas e vindas das tribos que torna a vida em sociedade tão diversa e rica.
(crédito da foto: Portal Amazônia)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Hardcore: Muito além da gritaria

O Hardcore, ou para os mais chegados simplesmente HC, surge em meados da década de 80 nos Estados Unidos, e é considerado um dos "filhotes" do Punk Rock. O HC é diferente do Punk por que há a presença de guitarras distorcidas e músicas ainda mais rápidas, às vezes não chegando a 1 minuto de duração. Normalmente não há o esquema comum de "verso,refrão,verso" e possui letras que abrangem críticas político-sociais e temas contra a guerra, a violência e a injustiça. Uma das bandas mais famosas do Hardcore americano e que existe até hoje é o Bad Brains. Aqui no Brasil o estilo popularizou-se rapidamente, e hoje há shows e bandas espalhadas por todo o país.


Dia 28 de agosto deste ano fui a um show da banda brasileira de HC: Dead Fish (eles já possuem 15 anos de estrada e 9 cds). Cheguei no local (Inferno Club, R Augusta. 501, SP-SP) exatamente á meia noite e já havia uma fila na porta. Primeiro entrou uma banda de abertura, também de HC, a Que fim levou Valdir? Logo depois veio a banda principal da noite: o Dead Fish. Eles cantaram muitas músicas antigas e o público sempre fiel da banda sabia cantar todas. Além do coro, na frente do palco acontecia o famoso Mosh e o Stage Diving, mais conhecido como 'bate-cabeça' e o 'subir e pular do palco' que surgiram junto com o punk e o HC.

Confira a música Mulheres Negras do show da banda Dead Fish:


Ás vezes me pergunto porque há tantos jovens no meio do Hardcore, e talvez, a resposta certa esteja no fato das letras das músicas críticarem tanto este mundo tão injusto em que vivemos. E na forma de música o jovem pode expressar todo o seu desconforto contra a corrupção, a violência e a desigualdade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tribos em séries: nerds

O diferente sempre assusta e causa estranhamento e é por isso que se torna, também, tão interessante. Como já foi dito no início deste blog, o importante é esquecer os preconceitos e tentar entender porque as tribos atraem tantos seguidores. A mídia, neste sentido, tem o poder de espalhar os hábitos das mais diferentes tribos, e divulgar o comportamento destas para o grande público. Transmitir valores verdadeiros ou falsos é escolha do veículo de comunicação.O cinema, por exemplo, utilizou de um grupo para moldar um estereótipo bastante comum nas telinhas: o nerd. Os clássicos “filmes sessão da tarde” criavam grupos de amigos onde, costumeiramente, aparecia um colega de óculos, apreciador de ficção científica e quadrinhos e que não se dava muito bem nos relacionamentos: era um típico perdedor durante a trama. Desde então, essa caricatura dos nerds ficou gravada no inconsciente e tornou-se, erroneamente, sinônimo para qualquer ser humano que goste de cultura pop em geral (ou use óculos).
Em 2007, a CBS lançou The Big Bang Theory, uma sitcom que retrata a vida de dois jovens físicos que dividem um apartamento, Leonard (Johnny Galecki) e Sheldon (Jim Parsons), e seus amigos, Raj (Kunal Nayvar) e Howard (Simon Helberg). Assim como outras séries, TBBT exagera em alguns pontos (até para ressaltar o humor), principalmente no personagem Sheldon que simplesmente desconhece de qualquer conduta social fora de sua realidade nerd.
No entanto, a série se destaca por não colocar os físicos como perdedores, mas como protagonistas. A simpatia é imediata e, durante os trinta minutos do episódio, os personagens se tornam parte da vida do telespectador que não mais estranha as alusões a Star Wars ou comentários de física, já que o quarteto também sabe discutir outros assuntos quando necessário, como qualquer pessoa “normal”.



Exemplos assim mostram que as indústrias de comunicações podem trabalhar com as tribos, sem cair na caricatura. Estereótipos refletem opiniões simplificadas e sem conhecimento e a mídia deveria buscar o fim destas padronizações e mostrar que as tribos têm suas diferenças, mas, no final, possuem o mesmo objetivo: unir pessoas com gostos em comum.

sábado, 11 de setembro de 2010

Skate: Uma filosofia sem tanta filosofia

"Eles preferem andar em quatro rodas. Mas, seus "carros" não tem portas ou janelas. Tampouco, gastam com combustível, a não ser suas próprias energias. Sentem o vento na cara. Percorrem calçadas e estradas com certo ar de liberdade. Não são as roupas ou a linguagem que os tornam parecidos. A única coisa que, verdadeiramente, os identifica são seus gratos companheiros - os skates"
"Eu preferia o ar do que aquilo artificial dos carros", revela Bruno Mazzino. Ele começou a andar de skate já tarde, se considerarmos a maioria de seus colegas. Foi aos 19 anos que sentiu pela primeira vez a leveza e a adrenalina de estar em cima de uma tábua com quatro rodas. Falando assim, parece que estou desmerecendo, mas é justamente dessa forma que muitos dos skatistas se referem ao seu modo de locomover e viver.
Marlon Breato tem recordações de seu pai que era também praticante. Passaram juntos momentos que eram traduzidos em longos passeios pela Avenida Paulista e no centro de São Paulo. Considera fundamental, entre os skatistas, a prestatividade quando um dos colegas se machuca e a atenção individual quando estão em meio aos automóveis. "Hoje isso é esporte. Comecei pequeno e já tive vários machucados pelo corpo. Com o tempo fiz manobras que achava impossíveis antes. Agora, vi que não são. Skate é prática. Algo que ficou, mesmo que meu pai tenha partido."
O última dessa tribo é tem apenas 17 anos. É, certamente, o que mais pode ser caracterizado como skatista. Calças largas, boné e algumas tatuagens pelo corpo. Incentivado por seu primo, o jovem deu as primeiras "rodadas" (como ele mesmo falou), aos nove anos. Gostou, se aperfeiçou e até participou de algumas competições. Percebeu que era por divertimento e não por qualquer outro motivo que fazia, então abandonou as disputas oficiais. Lucas Pedro Moura é o nome do "cara", como é chamado por seus companheiros. "Se você perguntar qualquer coisa referente a skate vai perceber que todos dirão algo como: 'Não tem muita neura, é gostoso de andar. Uma filosofia sem muita filosofia' ele ri e eu aprendo.
Marlon, Lucas, Bruno e mais sete camaradas se encontram todas as sextas-feiras e sábados após às 19 horas na Avenida Paulista para reunir os papos e curtir as rodas. Ficam lá até por volta das onze. Eles contam que já passaram perigos por perder a noção de que horas eram. "A falta da luz é algo que prejudica nosso esporte, por isso que temos que ter certos horários", comenta Bruno. Se conheceram na dita avenida e dizem que amizades feitas como skatistas duram mais que muitos dos namoros que tiveram. Mulheres estão presentes no meio, porém a presença masculina ainda é predominante.
Uma pergunta que não poderia faltar foi sobre a reforma da prefeitura, que tinha como objetivo tirá-los da Paulista. A reforma acabou tendo o efeito contrário. Deixou os espaços ainda mais propícios para as manobras que fazem. Então, me responderam, sem pensar: "Foi muito bom. Aprovamos".
As pessoas retratadas aqui não têm a mesma profissão. Bruno é publicitário, Marlon é engenheiro químico e Lucas ainda não sabe o que irá prestar no vestibular. Não compartilham do mesmo estilo musical: um é rock, outro é black music, e o último deles é o mais "mpb" do trio. Eles podem até se parecer por causa das calças largas, mas isso ainda é pouco para os definir como uma tribo. O que os iguala e os junta é mesmo o skate, simples e gratificante, como todos disseram.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Qual é o seu rock?

Você já parou para numerar quantos estilos diferentes de rock existem?
Não? Então é melhor parar um pouquinho, se quiser realmente saber...
Pois já vou adiantando: tem estilos pra caramba!

O que sabemos é que ao longo dos anos o rock tem admitido muitas influências de outros estilos...
Hoje vamos ver a tribo de Evandro Aparecido Wenceslau Oliveira, ou melhor dizendo, do "Cavera", pois essa é a alcunha do jovem roqueiro.
Enraizado nos Estados Unidos, nos idos da década de 1970, Punk rock é um movimento musical e cultural, que tem como filosofia o "faça-você-mesmo". Conhecido por viver da sua própria forma sem que ninguém ou nada possa impedir, o punk é composto por músicas simples, rápidas e agressivas, o estilo aborda ideias ligadas aos problemas sociais e políticos, guerra, violência. Além de relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano.

Meu estilo Punk Rock
Evandro, o Cavera
Ele tem 19 anos, e desde os 12 adere ao estilo Punk rock, que tem as roupas pretas como marca. Sempre com jaquetas de couro e vários acessórios nas vestimentas, "Cavera " expressa seu estilo música e vida.
E não para por aí... Ainda com 6 piercings e 7 tatoos e cabelo à la moicano, o jovem afirma sua paixão pelo punk e se considera um típico amante do rock.
Munido com seu inseparável violão, quando não está com um skate nos pés, é nas horas vagas, que junto com os amigos, ele compõe e troca ideia com os "manos". Para ele, os pertencentes a essa tribo não podem ter medo e devem sempre ser movidos pelo instinto de novas aventuras."Somos conhecidos por viver fazendo loucuras", afirma.
Em virtude do amor à música, ele revela sua identificação pela poluição sonora. Há 3 meses montou a banda Riff's Cortantes (veja as fotos aqui) , inspirada em grupos do gênero nacional, como Raimundos, Garotos Podres e até nos Mamonas. No ORKUT do roqueiro você encontra fotos e vídeos de sua autoria.

No YouTube, vídeo à la punk rock hardcore: Devotos em "Punk rock hard core é no Alto do Zé do Pinho" no Estúdio Showlivre.


Veja outros estilos e seus represententes:

Rockabilly (Crazy Legs)
Rock progressivo (Pink Floyd)
Psicodelismo (The Doors)
Blues Rock (Jimi Hendrix)
Hard Rock (AC/DC)
Punk rock (Ramones)
Heavy Metal (Black Sabbath)
Thrash Metal (Slayer)
Death Metal (Possessed)
Black Metal (Venom)
Gothic Metal (Lacrimosa)
Doom Metal (Candlemass)
Gothic Rock (Evanescence)
New Metal (Korn)
Hardcore (Ratos de Porão)
Grindcore(Napalm Death),
EMO core (Simple Plan)
Power Metal (Exciter),
Heavy tradicional (Iron Maiden),
Prog metal (Dream Theater)
Country rock (Creedence),
Rock alternativo (Foo Fighters),
Grunge (Nirvana),
Metal melódico (Stratovarius),

Alguns bandas preferem não aderir a nenhuma rotulação específica, definem-se apenas como "Rock and roll":

Pop rock (Oasis)
Pop punk (Blink182)
Thrash/core (Questions)
Speed Metal (Nuclear Assault)
Mosh (Anthrax)
Viking Metal (Enslaved)
Folk metal (Tuatha de Danan)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os Vegetarianos e o Veganismo


Esse grupo de pessoas não consomem nenhum tipo de carne e seus derivados. Baseiam sua alimentação em vegetais com ou sem laticínios e ovos dependendo do tipo de vegetarianismo que se deseja seguir. Existem 4 tipos:

Ovolactovegetarianismo: onde só se exclui da dieta qualquer tipo de carne.

Lactovegetarianismo: Não consomem ovos e carne, porem consomem leite e seus derivados. Dieta seguida pela população indiana.

Ovovegetarianismo: Alimentação com base em vegetais e ovos. Não se consome carne nem leite e seus derivados.

Vegetarianismo estrito: Considerado o vegetarianismo “verdadeiro” onde só há o consumo de alimentos de origem vegetal. Derivados de leite e ovo são excluídos assim como qualquer outro alimento quem venha de um animal.


A origem do vegetarianismo: A idéia de respeitar os animais se origina em alguns países da Europa no séc.XIX. Pensadores da época acreditavam que era uma questão imoral o homem matar um ser de coração e cérebro tão semelhante ao nosso.

Os Vegans

Uma filosofia de vida na qual as pessoas defendem os direitos animais em qualquer tipo de circunstância. São vegetarianos estritos. Todo e qualquer tipo de produto de origem animal seja alimentício ou não, é repudiado pelo veganismo. Qualquer atitude que explore o animal é condenado por essa tribo.

O campo de atuação dos vegans não se restringe a comida, passa também pelo setor de vestuário, cosméticos e até aos animais usados em espetáculos (circo, zoológico, touradas, rodeios).

O movimento se tornou tão popular que na Inglaterra se criou o “dia mundial Vegano” comemorado em 1 de novembro desde 1994.


Para quem ficou curioso segue abaixo uma sugestão de site com algumas receitas: Cantinho Vegetariano

sábado, 4 de setembro de 2010

Apresentando a nossa tribo

Em outubro de 2009 a revista Super Interessante publicou uma reportagem que surpreendeu: baseada em um estudo feito pela Universidade de Harvard durante 70 anos, o texto enfatizava que o segredo da alegria humana estava na arte de fazer e manter amigos.
Algo que parece tão simples, mas, na prática, tem lá suas complicações. Crianças e adolescentes começam suas vidas escolares com o objetivo de encontrar colegas que gostem das mesmas coisas que eles. As semelhanças chamam a atenção e, depois de marcar encontros, conversas, telefonemas e emails, acaba surgindo uma amizade que pode durar anos e ficar maior, atraindo mais amigos e formando grupos: as tribos.
Longe de ser somente coisa dos “mais jovens”, o homem, como ser social, sente necessidade durante toda a sua vida de formar parcerias com aqueles que tenham afinidade: seja um corte de cabelo parecido, um gosto musical atraente, o amor por determinado filme ou só juntar a turma do futebol no fim de semana.
O Nas Tribos é um blog que nasce com o objetivo de apresentar um grupo a outro, quebrar prováveis preconceitos e mostrar que a diversidade não é motivo para conflitos ou discórdia, mas para criar a cultura da sociedade. Todas as terças, quintas e sábados haverá uma nova postagem e, quem sabe, a sua tribo não aparece por aqui?!